
21 de Janeiro: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
No dia 21 de janeiro de 2000, a Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum da Bahia, faleceu após uma série de ataques motivados pela intolerância religiosa. Meses antes, a religiosa foi atacada dentro do terreiro, e o trauma contribuiu para os problemas cardíacos que a levariam à morte. A data virou sinônimo de luta contra a intolerância religiosa, um crime movido pelo preconceito, com raízes no racismo e na discriminação pela classe social.
A cada 15 horas, o Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa, prática que é considerada crime, conforme a Lei de nº 9.459/1997. Grupos de afrodescendentes estão entre as principais vítimas. Segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), pelo Disque 100, as ocorrências relacionadas à intolerância religiosa aumentaram 41,2% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Se comparado ao mesmo período de 2018, as denúncias aumentaram 136%, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Os discursos de ódio propagados por Bolsonaro refletem nas estatísticas contra negros e negras e na população mais pobre do país. A intolerância religiosa é uma das consequências dessa política de morte, elitista e verticalizada disseminada pelo capitão da reserva, que somente fortalece o racismo estrutural e incentiva cada vez mais o poder punitivo contra as minorias.
No Brasil a discriminação e a desigualdade têm cor. O Dia 21 de Janeiro é uma data de luta e resistência, na qual reafirmamos o propósito de coexistir em sociedade e combater todas as formas de racismo!