LANÇAMENTO: 1ª edição da revista semestral “REexistimos” chama atenção sobre precarização e ampliação das desigualdades com adoção do ensino remoto na UFPA

LANÇAMENTO: 1ª edição da revista semestral “REexistimos” chama atenção sobre precarização e ampliação das desigualdades com adoção do ensino remoto na UFPA

A Adufpa, seção sindical do ANDES-SN, agora tem uma revista semestral, a “REexistimos”, que em sua primeira edição reúne cinco textos jornalísticos que dão ênfase aos relatos e reflexões acerca dos impactos causados pela imposição do “ensino remoto” nas relações sociais e nas formas de trabalho de docentes e técnico-administrativos destacando especialmente a situação de mulheres, servidores dos hospitais universitários e estudantes indígenas, quilombolas, ribeirinhos e periféricos. 

 

“A implantação do Ensino Remoto Emergencial produz metamorfoses no processo de trabalho referentes às relações de trabalho entre a gestão, docentes, técnico-administrativos, contratados e terceirizados. Avaliamos que a adoção dessa forma de trabalho agudiza a precarização e a sobrecarga do trabalho docente”, argumenta Edivania Alves, Diretora Geral da ADUFPA.

 

A publicação, que inicialmente seria um dossiê, foi idealizada pela gestão biênio 2019-2021, e tem por objetivo apresentar um olhar panorâmico sindical sobre a implementação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) na UFPA, centrado na partilha das vivências de docentes, técnico-administrativos e discentes durante este capítulo inédito na história da humanidade. A nova direção, biênio 2021-2023, optou em converter o que seria uma publicação única, em uma primeira edição de revista  semestral. O desejo da direção é oferecer mais uma ferramenta de comunicação que dialogue com a comunidade acadêmica e sociedade em geral, estimulando o pensamento crítico  em defesa da Educação Pública. 

 

“A publicação ‘A vida docente por um fio: ensino remoto na UFPA’ aborda as contradições decorrentes da divisão sexual do trabalho e a cultura do machismo que penalizam as mulheres e principalmente sobrecarregam àquelas que são mães. Também discute as implicações das condições objetivas e subjetivas para o trabalho intelectual, confrontando-as com as exigências e metas estabelecidas pela lógica mercadológica, que orienta a produção do conhecimento mesmo em instituições públicas de ensino superior. Outro relevante tema trata do luto, dos medos e incertezas de professores(as) decorrentes das perdas pela Covid 19. Além dos desafios vivenciados por docentes e técnico-administrativos efetivos ou contratados que trabalham nos hospitais universitários atendendo pacientes com Covid 19. Também são analisados os impactos sentidos no processo de ensino-aprendizagem mediados pelas plataformas digitais entre discentes de baixa renda, quilombolas e indígenas, que conflitam com o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” explica Edivania.

Entenda como ocorreu a adoção do ensino remoto na UFPA:

A confirmação dos primeiros casos por contaminação do novo Coronavírus no Brasil obrigou a reitoria da Universidade Federal do Pará – UFPA, a suspender as aulas presenciais no dia 19 de Março de 2020. Tal medida foi referendada em reunião do CONSUN por meio da Portaria Nº 1206 de 08.04.2020. A discussão sobre o que fazer com as atividades administrativas e acadêmicas tornou-se um imperativo na vida da nossa comunidade acadêmica devido às pressões da grande mídia e dos Ministérios da Economia e Educação, por meio de portarias, decretos e instruções normativas, visando reafirmar o discurso ultraneoliberal que imputa aos servidores públicos a pecha de privilegiados e parasitas. 

 

A partir do mês de julho de 2019, ocorreram debates nas unidades acadêmicas e nos conselhos universitários de forma apressada e sem aprofundamento sobre as implicações e incertezas da situação pandêmica nas realidades amazônicas. Durante as discussões, a AdufpaSSind, elaborou o documento intitulado “Porque somos contra o retorno às atividades presenciais e ao ensino remoto na UFPA”, onde apresentou apontamentos da situação e defendeu “Que as atividades acadêmicas remotas a serem realizadas não tenham caráter curricular com a realização de atividades formativas online não curriculares sobre temas que interessam a universidade e a sociedade […] sem a cobrança da frequência e sem avaliação”. Entretanto, a resolução aprovada pelo CONSEPE no dia 24 de Agosto de 2020 estabeleceu a adoção do Ensino Remoto Emergencial – ERE, a despeito dos questionamentos de servidores(as) e da palavra de ordem: #Nenhumestudanteficapratrás formulada pelo movimento estudantil ao problematizar a exclusão da principal parte envolvida: os discentes. 

 

Desejamos boa leitura a todas, todos e todes!

Você também faz parte da luta em defesa das Universidades, da Educação e dos serviços públicos! 

Leia ou baixe agora mesmo a primeira edição da “REexistimos”! 

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