18 de agosto a aula é na rua! Contra a Reforma Administrativa: Fora Bolsonaro e Mourão!

18 de agosto a aula é na rua! Contra a Reforma Administrativa: Fora Bolsonaro e Mourão!

Em assembleia geral da Adufpa realizada nesta quinta-feira, 12, docentes aprovaram por unanimidade adesão à Paralisação Nacional do Serviço Público, e participação nas manifestações que ocorrerão na próxima quarta-feira, 18, contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Mobilizações e atos estão sendo organizados na capital, em Altamira e Castanhal (PA). Em Belém, a concentração será em frente ao Mercado de São Brás, a partir das 8h. As professoras Edivania Alves e Elen Carvalho representarão a Adufpa no protesto que acontece em Brasília (BSB). 

 

A luta do 18A está sendo convocada de forma unitária por centrais sindicais, sindicatos, movimentos camponeses, quilombolas, indígenas, artísticos, populares, LGBTQIA+ e estudantis. Com a decisão tomada em assembleia, a Adufpa se junta à CSP-Conlutas, Andes-SN e demais entidades para um dia de ‘aula na rua’, com a paralisação de servidores nas três esferas (municipal, estadual e federal).

 

As mobilizações também são contra a Medida Provisória 1045 (texto-base de uma nova Reforma Trabalhista), aprovada de forma sorrateira, na última terça, 10, pela Câmara de Deputados, por 304 contra 133 votos, algumas horas antes da PEC do Voto Impresso ser analisada. Para se ter noção do absurdo, a versão final do texto foi apresentada no próprio plenário, minutos antes da votação. A MP 1045, editada pelo governo federal para reduzir jornadas e salários em meio à pandemia para proteger empresas, ganhou emendas que cortam proteções trabalhistas, reduzem a renda dos trabalhadores, criam categorias de empregados de “segunda classe”, pioram as condições de trabalho dos mais jovens, com baixos salários, sem direitos trabalhistas e previdenciários, o que prejudicará decisivamente o futuro da maioria do povo. 

 

Para Joselene Mota, representante da Regional Norte do Andes-SN, é necessário criar estratégias e adequar a linguagem para ampliar o diálogo com a comunidade acadêmica e com o povo. “Precisamos nos apropriar do que historicamente dialoga com a população. Vamos usar nosso potencial criativo para dizer que estamos na rua defendendo um Brasil que represente de fato os interesses e bem estar da maioria do povo, não um patriotismo entreguista e hipócrita! Vamos mobilizar nossos colegas, vamos às ruas, pois lá será nossa aula. Desligar o computador e ir pra luta”, argumentou. 

 

“Nosso objetivo é seguir mobilizando toda comunidade acadêmica em defesa da manutenção dos serviços públicos, da educação pública e dos concursos. Em defesa do direito a um futuro mais justo e humano à população brasileira. Contra genocidas, corruptos e elitistas, disseminadores de mentiras e ódio, que planejam devorar todas as nossas riquezas e nada se importam com nossas vidas”, afirma a diretora geral da Adufpa, Edivania Alves.

 

Foi aprovada uma agenda de reuniões setoriais, que devem acontecer nos dias 16 e 17/08, com professores da Escola de Teatro e Dança; da Escola de Aplicação e do ICSA, para dialogar sobre a luta contra a PEC 32 e seu impacto contra o serviço público brasileiro, ouvir as demandas dos docentes em cada unidade e dialogar sobre as razões para aderir à paralisação.

 

Alteração do bandeiramento da UFPA traz preocupações aos docentes

 

Outro ponto de pauta da assembleia foi a discussão sobre a alteração do bandeiramento em nove campi da UFPA, informado em boletim do Grupo de Trabalho (GT) sobre o Novo Coronavírus, em matéria publicada no dia 05 de agosto, no portal da universidade, informando que passa a vigorar a Bandeira Verde nos Campi Universitários de Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Belém, Bragança, Breves, Castanhal, Salinópolis e Soure; e Bandeira Amarela nos campi de Cametá, Capanema e Tucuruí.

 

Marcelo Russo, professor do campus Castanhal, recebeu o informe da UFPA com preocupação. “Camaradas, gostaria de registrar que as notícias locais (Castanhal) dão conta de que em agosto foram registradas 13 mortes por covid. Deste modo, não faz sentido esse tal bandeiramento verde no Campus Castanhal. Amanhã, sexta-feira, 13 (hoje), haverá reunião extraordinária e ampliada do conselho do campus, apenas membros com direito a voto, mas com forte convocação da comunidade local acadêmica”, disse. 

 

Para a Andréa Matos, professora da Educação Básica (EA-UFPA), o Bandeiramento Verde sem a imunização total da população nos alerta ao risco do ensino em formato híbrido. “A possibilidade do formato híbrido está colocada, e isso pode aprofundar ainda mais a precarização do nosso trabalho, pois será pior que o ensino remoto”. Segundo Andréa, não está se levando em conta os protocolos sanitários nas unidades. 

 

“Precisamos discutir a questão dos protocolos sanitários que envolvem uma comunidade acadêmica que atende pessoas desde a educação infantil (crianças de até 04 anos) aos alunos de pós-graduação”, alertou. 

 

A professora Luz Gomes, da Faculdade de Artes Visuais (FAV-UFPA) também está preocupada. “Eu fico pensando inclusive sobre a arquitetura e estrutura da universidade. Quando eu dava aula presencial, ministrava para turmas com 30 alunos, quando faltava energia a gente não conseguia sequer abrir as janelas, como garantir distanciamento social nessas condições? Dividir em duas turmas? Nessa hipótese vamos trabalhar em dobro para dar conta da precariedade das estruturas? E a universidade vai garantir os EPIs para professores, técnicos e estudantes?”, refletiu. 

 

Ivan Neves acredita que antes de discutir Bandeiramento, é preciso falar sobre empatia. “Não basta um minuto de silêncio, precisamos entender que muitas pessoas morreram, outras pessoas perderam amigos e entes queridos. Precisamos discutir com a administração superior que antes de falar sobre retorno às atividades acadêmicas presenciais, vamos pensar em uma grande homenagem às vidas perdidas em nossa comunidade. Não podemos nem pensar em retorno presencial antes das duas doses da vacina. Várias pessoas que tomaram inclusive a segunda dose vieram a óbito, infelizmente”, lamentou.

 

Foi aprovado pela assembleia que seja proposto aos conselhos superiores (Consad, Consepe Consun) que a UFPA realize um grande Ato de Solidariedade, com homenagens in memoriam às vítimas da comunidade acadêmica, seus amigos e familiares; bem como exigir cumprimento de todos protocolos de segurança por parte da instituição, o que significa garantir EPIs não somente para docentes, técnicos e estudantes como também para terceirizados e visitantes. 

 

A diretora geral da Adufpa, Edivania Alves também sugeriu que seja organizada pela seção uma campanha de arrecadação de mantimentos, roupas, livros e outros itens que possam ser doados para as comunidades do entorno da UFPA. 

 

SERVIÇO:

18 DE AGOSTO: Paralisação Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e pelo Fora Bolsonaro e Mourão

ATO em Belém: concentração em frente ao Mercado de São Brás, a partir das 8h.

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