
Após corrupção e favorecimento de pastores, Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação a cair em meio a escândalo
Milton Ribeiro pediu demissão do Ministério da Educação (MEC) nesta segunda, 28, e é o quarto ministro a cair desde o início do governo bolsonarista. Com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios, *o MEC foi uma das áreas* mais afetadas por cortes de gastos – justamente durante o período da pandemia, quando as escolas tiveram que se adaptar para o ensino *remoto*.
Bolsonaro chegou a afirmar em sua live semanal que botava “a cara no fogo” por Ribeiro. Flagrado em uma gravação em que afirmava que iria priorizar amigo de pastor, a pedido do presidente Bolsonaro, no repasse de verbas do Ministério da Educação, Milton Ribeiro menciona o “pastor Gilmar” (Gilmar Silva dos Santos), 61 anos, nascido em São Luís (MA), que comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO).
Desde o início do governo bolsonarista, uma forte crise se agravou no âmbito da Educação Pública brasileira. O Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, principal porta de entrada para o ensino superior, teve menos de 3,5 milhões de inscritos em sua edição de 2021, número mais baixo desde 2005. A prova já chegou a ter 8,7 milhões de participantes.
O Inep, órgão do MEC que prepara a prova do Enem e outras avaliações essenciais para medir a qualidade do ensino, também passa por uma crise de grandes proporções, depois de denúncias de tentativas de interferência do governo federal no conteúdo das questões e de assédio moral contra servidores, no final do ano passado. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), calcula que um em cada cinco alunos (ou 20%) do ensino médio da rede pública brasileira ficou sem aulas durante a pandemia – proporção que aumenta para 26,8% entre estudantes da zona rural.
Antes de Milton Ribeiro, o último ministro ficou apenas cinco dias no cargo: Carlos Decotelli, nomeado em junho de 2020, pediu demissão também quando vieram à tona denúncias de irregularidades em seu currículo lattes, desde acusações de plágio em sua produção acadêmica até questionamentos aos títulos que ele dizia ter.
*Com informações da BBC e Correio Brasiliense
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