Nota de Repúdio contra violência policial sofrida por mulheres nesse 8 de março, na Alepa
ADUFPA REPUDIA a violência da Polícia Militar e Polícia Legislativa contra as mulheres que marchavam neste 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher, em ato pacífico, diverso e cheio de alegria até então. A Frente Feminista do Pará, formada por diversos coletivos, sindicatos, centrais e movimentos, foi recebida com spray de pimenta e empurrões ao chegar na escada da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa). Uma das mulheres que foi agredida, uma camponesa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), chegou a desmaiar, sofrer convulsões, foi socorrida por pessoas da própria manifestação e conduzida à UPA do Jurunas.
A Marcha das Mulheres foi até a Alepa com o intuito de entregar o “Manifesto Pela vida das mulheres, por democracia, contra fome e em defesa dos territórios amazonidas” à presidência da Casa, Chicão (MDB). O que só aconteceu após intervenção de assessores de alguns parlamentares e dos movimentos pressionando para que as mulheres fossem recebidas. Uma comissão com 20 mulheres foi recebida pelo presidente da Alepa e pelas deputadas Lívia Duarte (PSOL) e Maria do Carmo (PT).
Nós, da ADUFPA nos solidarizamos às companheiras violentadas pela força de segurança pública do estado, consideramos gravíssima a truculência desnecessária, visto que a Alepa deveria ter portas e braços abertos para a presença das pessoas que são a razão dela existir, que votam e elegem cada deputado: o povo.
Além disso, na tribuna do prédio, o presidente Chicão, realizava uma homenagem às deputadas com a entrega da medalha Iza Cunha, um símbolo da resistência feminina no Pará, um contraste perverso com a violência machista do lado de fora contra as trabalhadoras e estudantes do campo e da cidade.
Fortalecemos a denúncia de violência institucional feita pela Comissão de companheiras que conversaram com a presidência e deputadas, e exigimos a retratação da Alepa.
Fotos: Marcelo Lelis e Priscila Duque