“Saúde e Trabalho docente” é tema de seminário realizado pela ADUFPA

“Saúde e Trabalho docente” é tema de seminário realizado pela ADUFPA

Com o tema “Saúde e Trabalho docente”, a ADUFPA realizou na quinta-feira, 27, um amplo debate sobre a saúde dos professores e professoras do ensino superior. O seminário ocorreu no auditório do ICED/ UFPA, organizado pelos GT’s Política de Formação Sindical (GTPS), Seguridade Social / Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) e Carreira.

 

Na abertura do evento, a diretora de Política Sindical, Ellen Carvalho, coordenadora do GTPS, ressaltou a importância de realizar o diálogo dentro da universidade com professores e alunos. “Nesse sentido esse seminário vai ao encontro de um desejo, que é visibilizar o trabalho docente. Como estamos entrando em sala de aula? Como estamos nos preparando para enfrentar esse período pós pandêmico? ”, questionou.

 

A diretora da geral da ADUFPA, Edivania Alves, observou que o adoecimento físico e mental da categoria tem crescido de forma alarmante, mesmo antes da pandemia. “Esse seminário se propõe a abordar a saúde, a precarização, a sobrecarga de trabalho e como a pandemia agudizou muitos dos problemas já vividos e relacionados com a lógica brutal nas relações de trabalho do sistema capitalista. “, destacou. É também  logica brutal de condições de trabalho relacionadas com a retirada de recursos das universidades.

 

Na primeira mesa, a epidemiologista Flávia Bulegon Pilecco (UFMG) trouxe reflexões sobre a intensificação da precarização do trabalho docente, agravados na pandemia e como a governos e universidades contribuíram para esse adoecimento. “É preciso pensar historicamente nas mudanças que houveram no processo de ensino ao longo da pandemia, levando em consideração questões relacionadas ao isolamento, gênero, falta de capacitação e sobrecarga àqueles que se dispuseram a auxiliar os colegas, pois não houve um preparo para o ensino remoto e nem apoio das universidades. Nós assumimos os custos que o estado não assumiu”, refletiu.

 

Eblin Farage, da Universidade Federal Fluminense (UFF), abriu o debate da segunda mesa, trazendo o problema da centralidade do trabalho docente na sociedade. “Temos uma disputa interna que também adoece e impõe um ritmo que nega o sentido do trabalho antológico, que é o trabalho para transformar e que este transforme os sujeitos. Outra questão é pensar naquilo que nos adoece quando pensamos os docentes como intelectuais, pesquisadores e não como trabalhadores e que este trabalho que tanto amamos nos adoece e nos adoece porque tem essa dimensão intelectual que camufla a dimensão do trabalhador.

 

A professora Luciene Medeiros apresentou os dados de uma pesquisa realizada sobre os impactos do ERE na saúde dos docentes da UFPA. A consulta foi realizada no período de 03 a 22 de fevereiro de 2021, com professores da graduação, pós-graduação, educação básica, técnica e tecnológica-EBTT dos campi da UFPA, nos municípios de Altamira, Ananindeua, Abaetetuba, Belém, Breves, Bragança, Castanhal, Capanema, Cametá.

 

Professores e alunos contribuíram com o debate relatando suas experiências. “Muitos docentes e alunos sucumbiram ao processo da pandemia. As nossas crianças, que hoje tem 4 anos, passaram 50% da vida delas em isolamento. Nós mulheres adoecemos com a sobrecarga durante a pandemia e voltamos para a sala de aula sem refletir, de fato, sobre os aspectos pedagógicos e as questões cognitivas que atingiram a comunidade acadêmica. É preciso atentar para esses aspectos e aprofundar o debate dentro da universidade”, ressaltou a professora Andrea Cunha.

 

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