Assembleia Geral dos/as docentes da Adufpa aprova Indicativo de Greve

Assembleia Geral dos/as docentes da Adufpa aprova Indicativo de Greve

Em Assembleia Geral realizada na manhã de quarta, 20/03, as/os professoras/es da UFPA aprovaram o indicativo de greve a partir de 11/04, A construção do movimento paredista da docência foi uma deliberação do 42º Congresso do ANDES-SN, realizado entre os dias 26/02 e 01/03, em Fortaleza-CE.
Dezenas de outras seções sindicais estão realizando assembleias para debater a greve. Sexta, 22/03, haverá reunião do Setor das IFES do ANDES, onde se definirá deliberações a nível da greve nacional da Educação Federal. “Politicamente foi muito importante aprovar o indicativo de greve hoje (20/03), já com data prevista para a primeira quinzena de abril, para mostrarmos ao governo que há vontade política na base para construir uma greve unificada entre técnicos, estudantes e docentes”, avaliou Joselene Mota, coordenadora geral da Adufpa”, somando-se às/aos técnico-administrativas/os, que estão em greve desde 11/03, na UFPA, UFRA, UFOPA e Unifesspa, assim como em cerca de 54 IFES da base da Fasubra.
A partir da aprovação do indicativo de greve, regimentalmente a Adufpa está em assembleia permanente, podendo convocar, a qualquer momento, a base para decisões relativas à pauta de reivindicações e outras decisões importantes ao movimento docente.
Por que vamos realizar greve?
A construção de uma greve nacional unificada se dá num contexto em que o governo federal, eleito com amplo apoio do movimento sindical, apesar de estabelecer um diálogo com a Fasubra, o Sinasefe e o ANDES-SN, não ofereceu ao longo de todas as rodadas de negociação realizadas em 2023 uma proposta assertiva em relação às pautas dessas categorias. Já às vésperas da aprovação da LOA, num período em que a mobilização dos/as trabalhadores/as ficava bastante difícil, no final de 2023, apresentou uma proposta de 0% de reajuste para 2024, e duas parcelas de recomposição salarial, de 4,5% cada, nos dois anos seguintes.
A categoria docente amarga perdas salariais que chegam a 22,71%, considerando apenas a inflação no governo Temer e o final do governo Lula, segundo o ANDES-SN. Ou seja, além da proposta do governo ser uma reposição de apenas 9% até o final do mandato, ainda está sendo negada a solicitação de isonomia entre os benefícios concedidos aos três poderes. Não obstante, o “revogaço” das medidas do governo Bolsonaro sequer ocorreu, enquanto a PEC da Reforma Administrativa segue em tramitação.
Há, portanto, o entendimento da base da Adufpa de que sem mobilização social, sem luta, as pautas de austeridade da direita seguirão atropelando direitos sociais e trabalhistas. E a categoria docente demonstrou mais uma vez, em assembleia, disposição de luta. “Não há dúvidas de que houve avanços nesse governo, em relação a diálogo, principalmente, que era impossível com o anterior, mas nós precisamos manter nossa independência, como historicamente fizemos”, resumiu Jennifer Web, convocando a categoria a construir um movimento forte pela base em defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade e que valorize as/os servidoras/es.

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