
25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha – VIVA TEREZA DE BENGUELA!
Somos a vingança das mulheres ‘bruxas’ queimadas pela igreja católica na machista inquisição.
Somos a vingança das mulheres negras, seqüestradas, estupradas e escravizadas pela machista sociedade escravocrata brasileira.
Somos a vingança das revolucionárias esquecidas pela machista história.
A vingança da infância perdida e das escolhas negadas às avós e mães pela machista sociedade patriarcal capitalista.
Somos a revolta que explode no grito de liberdade.
Ainda que não a tenhamos, nosso corpo e mente resistem com fervor ao controle, manipulação e subjugação ao masculino. Não importa o quanto incomode, e a quem, seguiremos de pé e com a cabeça erguida, com convicção inabalável de que tudo que a sociedade tentou nos convencer até aqui está errado, ou é injusto.
Não nascemos para ser mãe, para a família, para o lar. Nosso lugar é onde a gente quiser! Mulheres, não se deixem enganar. Nossa vida, nosso corpo, nossos sentimentos näo pertencem a ninguém, além de nós mesmas. Grite! Lute!
Não aceite ser coadjuvante de sua história.
Muitas guerreiras já tombaram por nosso direito à liberdade. Sejamos cada uma a continuidade dessa difícil, justa, e determinante luta por um mundo onde mulheres e homens sejam socialmente iguais, ainda que humanamente diferentes.
Texto, fotografia e montagem: Priscila Duque (Mulher Negra, periférica, Artista e Jornalista Multimídia (Assessora ADUFPASSind)
Nosso agradecimento especial a Maria Eliana, de Soure – Ilha do Marajó (PA) por sua imagem e sorriso.
TEREZA DE BENGUELA* foi uma líder quilombola que viveu onde hoje é o estado do Mato Grosso, durante o século XVIII. Foi esposa de José Piolho, chefe do Quilombo do Piolho ou do Quariterêre, entre o Rio Guaporé (atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia) e a cidade de Cuiabá.
Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a rainha do quilombo. Com sua liderança, as comunidades negra e indígena resistiram à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído. Fonte: www.geledes.org.br