Professores aprovam por unanimidade indicativo de greve a partir de março
Professores reunidos em assembleia geral da ADUFPA nesta quarta-feira, 09, aprovaram por unanimidade indicativo de greve da categoria na UFPA a partir de março. No dia 09 de março será realizado um dia de paralisação na instituição, data que também marcará a realização de uma assembleia unificada entre docentes, técnico-administrativos e estudantes, no intuito de intensificar a mobilização e fortalecer o engajamento da comunidade ao movimento. O formato, presencial ou online, ainda será definido.
“Nunca tivemos tantos motivos para grevar!”, afirmou Pere Petit, professor do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (IFCH). Leo Zenha, professor do campus de Altamira, defendeu que é urgente potencializar o debate com os colegas sobre os impactos da desestruturação da carreira e das perdas salariais.
A assembleia desta quarta está incorporada à rodada nacional do Setor das IFES, que definiu, por consenso, a realização de assembleias de 17 de janeiro a 11 de fevereiro para deliberar sobre a construção de greve unificada das e dos SPF, tendo como pauta: a recomposição salarial (exigência de isonomia); as condições de trabalho; a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos); contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e a construção de uma pauta específica da educação com as demais entidades que atuam nas instituições federais de ensino.
A partir da próxima semana, entre os dias 15 e 24 de fevereiro, acontecerão reuniões setoriais nas unidades, as atividades serão organizadas pela diretoria da ADUFPA e por representantes que participaram da assembleia, que encaminhou o calendário de mobilizações e discussão sobre as especificidades das demandas em cada instituto e campi do interior, bem como a democratização das informações políticas e econômicas da atual conjuntura brasileira, o objetivo é a construção coletiva da pauta local de reivindicações, bem como uma ampla discussão sobre a pauta nacional unificada do funcionalismo público federal.
O governo genocida reservou R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para reajuste salarial apenas de servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) — que são base de apoio do Executivo. Para as universidades e institutos federais de todo o país, os cortes de 2021 representaram ao menos R$ 1,4 bilhão. Um estudo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação revela ainda que, entre 2014 e 2019, houve uma queda de R$ 20 bilhões de investimento na educação e de R$ 24 bilhões para a manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE). “Somente entre 2017 e 2019, ou seja, em um curto intervalo de dois anos, após a promulgação da EC 95, a perda foi de R$15 bilhões nas despesas na função educação e R$5 bilhões em MDE”, alerta o documento. Os docentes das instituições federais não recebem reajustes há mais de 6 anos. Nem mesmo a correção inflacionária.
CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO RUMO À GREVE UNIFICADA
Reunião com setores:
09/03 – Dia de Paralisação com Assembleia Unificada (será definido se presencial posteriormente).