Docentes aprovam semana de mobilização na UFPA, culminando com paralisação no dia 28 de abril (quinta)

Docentes aprovam semana de mobilização na UFPA, culminando com paralisação no dia 28 de abril (quinta)

Em Assembleia Geral dos docentes da UFPA realizada pela ADUFPA na última quarta-feira, 20, foi aprovado por unanimidade uma semana intensa de atividades de mobilização, culminando com a Paralisação Nacional dos servidores na próxima quinta-feira, 28. (Confira a programação na íntegra ao final do texto)

 

O projeto político e ideológico das elites representado no governo Bolsonaro afunda a sociedade brasileira em uma de suas piores crises, com alta taxa de desemprego e um quarto da população brasileira vivendo em situação de extrema pobreza, o que representa 53 milhões de pessoas.

 

O governador do Estado se vangloria do aumento da arrecadação ao mesmo tempo em que o empobrecimento da população paraense é facilmente verificável. A taxa média de desemprego no país está em 40% enquanto na cidade de Belém é de 60%, ou seja, de cada 10 pessoas em idade de trabalho, 6 estão sem ocupação formal. O quadro de miséria é percebido pelo aumento da população de rua e de pedintes nos sinais de trânsito das ruas da capital.

 

Mesmo com arrecadação fiscal recorde no ano de 2021, o governo federal manteve drásticos e sucessivos cortes no orçamento das áreas sociais. Em 2021, de uma dotação orçamentária de R$ 145,70 bilhões para a Educação – que já representavam minguados 2,78% dos gastos públicos federais, foram cortados 55,41 bi, sendo executado apenas R$ 90,29 bilhões. Resultado disso, no mesmo ano houve um corte de R$ 30,3 milhões (18,5%) na verba de custeio da UFPA em relação ao orçamento de 2020. Além disso, a assistência estudantil perdeu R$ 6 milhões, impactando diretamente no reajuste dos valores praticados no RU’s, dificultando a permanência, consequentemente elevando a taxa de evasão, principalmente entre estudantes de baixa renda, que representam a maior parcela matriculada na instituição. Também não podemos esquecer que as bolsas de graduação e pós-graduação estão com os valores congelados desde o ano de 2013.

 

O orçamento sancionado em 2022 pelo governo bolsonarista para as universidades federais foi 12% menor do que aquele sancionado em seu primeiro ano de governo, indicando, mais uma vez, tendência de queda nos investimentos no ensino superior. Em 2022, as universidades federais terão cerca de 5 bilhões disponíveis para investimentos, manutenção e bolsas estudantis.

 

O país tem dinheiro, que é desviado para os banqueiros, grandes empresários, latifundiários e pastores amigos do presidente. Só nesse ano 56% do orçamento, ou cerca de 2 trilhões serão destinados para o pagamento de juros da dívida pública, que faz falta para melhorar os serviços públicos e gerar empregos.

 

O governo genocida de Bolsonaro está envolvido em inúmeras denúncias de corrupção e mal uso de recursos a exemplo da CPI da COVID, do MEC transformado em balcão de negociatas envolvendo o tráfico de influência de pastores evangélicos, a compra superfaturada de ônibus escolares, o beneficiamento de empresas ligadas a políticos da base do governo e do centrão como o caso dos kits de robótica comprados a escolas que sequer tem água encanada, nos gastos exorbitantes das Forças Armadas com remédio para disfunção erétil, Botox, remédio para calvície, picanha e cerveja. A resposta do governo é ridícula impondo sigilo de 100 anos nos gastos e sobre agenda com pastores.

 

Neste contexto de avanço do sucateamento das universidades e da defasagem salarial dos servidores (que chega a 49,28%), a ADUFPA e o SINDTIFES em suas assembléias decidiram pela realização de intensa mobilização para chamar a atenção da comunidade universitária da UFPA sobre a relação direta entre os cortes de verbas das universidades e o congelamento salarial de professor@s e técnic@s. Portanto, os sindicatos propõem construir uma unidade com @s estudantes na luta em defesa da universidade pública, por mais verbas para as universidades, em defesa do reajuste salarial de 19,99% para @s servidor@s, pela revogação da emenda constitucional 95 que impõe um teto dos gastos; pela auditoria e suspensão do pagamento da dívida pública (garantia de mais verbas para os serviços públicos e para reajustar salários dos servidores) e pelo arquivamento da reforma administrativa (PEC 32) que propõe a destruição dos serviços públicos.

Por tudo isso, é preciso unir estudantes e servidor@s em defesa da universidade pública e por reajuste salarial!

 

PROGRAMAÇÃO

 

 

 

 

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