#8M Pela vida das mulheres, por democracia, contra fome e em defesa dos territórios amazonidas

#8M Pela vida das mulheres, por democracia, contra fome e em defesa dos territórios amazonidas

Por democracia, contra a fome e em defesa dos territórios amazonidas. Esse foi o manifesto levado para as ruas de Belém nesta quarta-feira, Dia Internacional da Mulher, 08 de março. A iniciativa política da Marcha das Mulheres ocorre no mundo inteiro e é uma data de denúncia, e reivindicações. Na capital paraense, o ato foi organizado pela Frente Feminista do Pará e a ADUFPA marcou sua presença, representada pelas diretoras e diretores do sindicato e membros da base.

 

A concentração começou as 8h00 no Largo do Redondo, na Avenida Nazaré, momento no qual várias representantes de entidades e movimentos sociais defenderam a pauta de luta do movimento de mulheres feministas. A principal delas diz respeito a violência contra a mulher.

 

Em 2022, o Brasil teve, pelo menos, um caso de feminicídio por dia. Os dados são da Rede de Observatórios de Segurança que aponta 495 mulheres vítimas de feminicídio no ano passado. A pesquisa monitorou também 2.423 casos de violência contra a mulher. Nesse cenário, o Pará tem destaque. Segundo os dados divulgados pela Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), em 2022, de janeiro a dezembro, foram registrados 49 casos de feminicídio. Os crimes de estupro chegam quase a 5 mil, sem levar em conta a subnotificação.

 

“Em 2022, segundo dados da Segup, foram registrados oficialmente 49 feminicídios no Pará. Mas a gente sabe que esse número é bem maior. Muitas mortes não são consideradas feminicídio, como foi o caso da Clivia, assassinada pelo ex companheiro, policial militar, em Limoeiro do Ajuru. Outro dado que também não é visibiizado são os estupros, subnotificado porque a maioria dos agressores é da família e está dentro de casa”, observa a professora e organizadora da Frente Feminista do Pará, Eunice Pinto.

 

Em nome de todas e todos que militam em defesa dos direitos das mulheres, a ADUFPA homenageou a professora, jornalista e deputada estadual Antonieta de Barros (1901-1952) que defendeu a Educação como sua principal bandeira política.

 

“A ADUFPA está orgulhosamente nesta marcha, afirmando a importância e a necessidade da Educação, como instrumento de luta, de organização e de conscientização para que possamos ter mulheres e homens fazendo do mundo um lugar verdadeiramente de justiça social”, afirmou a diretora geral da ADUFPA Edivania Alves.

O #8M elaborou uma extensa pauta de luta por direitos. A Marcha das Mulheres seguiu rumo à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), com o intuito de entregar o documento à presidencia da Casa, porém a comitiva da Frente foi impedida de entrar no prédio e houve reação da Polícia Legislativa contra o movimento. Após intervenção de alguns parlamentares, uma comissão com 20 mulheres foi recebida pelo presidente da Alepa, Chicão (MDB), e pelas deputadas Lívia Duarte (PSOL) e Maria do Carmo (PT). A violência institucional foi denunciada e repudiada pela comissão, que pediu uma retratação da Alepa.

 

“Era para esta Casa estar nos esperando de braços abertos. A luta das mulheres é  em todo momento e em todos os lugares”, repudiou a professora Déa Palheta.

 

Em defesa da Amazônia!

 

– Chega de genocídio, etnocídio e ecocídio das popu￾lações da Amazônia!

– Pelo fim de todas as formas de violência e dos femi￾nicídios e transfeminícidios!

– Contra o racismo que explora e o genocídio que mata todos dias as mulheres e suas/seus filhas/os!

– Abaixo a fome, a pobreza e a carestia: por uma vida digna para todas/os!

– Pela punição de Bolsonaro e de todos os golpistas!

-Perda de mandato e confisco de bens de todos os apoiadores e financiadores das manifestações do 8 de janeiro.

– Por soberania e segurança alimentar e nutricional e pela agroecologia no campo e nas cidades!

– Em defesa das políticas públicas para as mulheres dos campos, das águas, das florestas e das cidades: contra todo retrocesso e perda de direitos!

– Pela recomposição de todas as verbas cortadas das políticas públicas para as mulheres durante o gover￾no Bolsonaro.

– Por emprego, salário e direitos iguais para trabalho igual!

– Legalização do aborto: educação sexual para prevenir, contraceptivo para não engravidar, aborto legal seguro, gratuito e garantido pelo SUS para não morrer!

– Pela revogação de todas as privatizações, das Reformas Trabalhistas e da Previdência e pelo fim do Teto dos Gastos!

– Verba para garantir os direitos das mulheres, não para os banqueiros: Pelo não-pagamento da Dívida Pública e pela Taxação das grandes fortunas;

– Contra a privatização da saúde: Por um SUS 100% estatal, público e de qualidade!

– Não à dupla jornada das mulheres: Creches e escolas em tempo integral para nossas/os filhas/os; lavanderias e restaurante públicos!

– Estado Laico já! pela separação entre as instituições religiosas e do Estado.

 

 

 

 

 

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