
Sujeitos e Caminhos da Resistência em Meio à Crise do Capital
A programação do III Seminário Intercultural do ANDES-SN encerrou neste sábad0, 1°, no Assentamento Agroecológico do MST “Mártires deAbril, localizado no distrito de Mosqueiro. No debate, a mesa. “Sujeitos e Caminhos da Resistência em Meio à Crise do Capital” trouxe à pauta, a experiência de vida, luta das mais de 200 famílias assentadas e uma rica troca de experiências sobre a partir de um modelo diferenciado de reforma agrária. A mesa foi coordenada pelo diretor de interiorização da ADUFPA, Nelivaldo Cardoso e teve como participantes lideranças do MST e a professora Adma Salles, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UFMGS).
Teófila Nunes, a Dona Téo, liderança que coordena as atividades de produção no assentamento, ressaltou o potencial de agricultura do Lote Agroecológico de Produção Orgânica (LAPO), que hoje chega a 70% do que é comercializado na cidade. “Desde a ocupação desse território, pactuamos que não iriamos utilizar veneno e é o que estamos fazendo até hoje. O Lopa é um modelo de agroecologia pioneiro e um exemplo de como podemos fazer reforma agrária nesse país”, ressaltou.
Agnos Antônio, outra liderança do Mártires, cresceu no assentamento e foi ainda criança que ele entendeu a importância da luta pelo direito à terra. “Hoje o MST não é mais um movimento de ocupação. A nossa preocupação é produzir saudável para a população. Abastecemos nossas famílias e comercializamos o excedente”, conta.
Para a professora Adma Salles UEMGS, a interculturallidade diz sobre a troca de conhecimento entre os povos originários e a universidade. “Nós vivemos hoje uma sociedade extremamente perversa do capital e nós temos que, inclusive, resinificar o ato de ensinar e aprender, quebrando o paradigma que vai além de uma escuta pedagógica nesses espaços de vivencia”, disse.
Vários participantes da roda de conversa se manifestaram, tirando dúvidas e com elogios à experiência das famílias do Mártires de Abril. Após os debates, a diretora social da ADUFPA, Lilian Brito, destacou a importância da realização do III Seminário Intercultural do ANDES-SN, em Belém. “Esse evento é a concretização de um projeto e que para além desses dois dias, os debates feitos aqui foram vitoriosos e serão lembrados e levados adiante”, ressaltou.
Ainda no sábado houveram várias intervenções artístico-culturais e homenagens. Durante todo o evento foi disponibilizado ao público recursos de intérprete de libras e audiodescrição, possibilitando a igualdade de acesso.