
Adufpa articula campanha pela compra da sede das mulheres Munduruku
No dia 25 de março deste ano, garimpeiros e grupos distintos favoráveis à mineração ilegal, tentaram pôr fim à resistência indígena contra a prática criminosa, no município de Jacareacanga, no Sudoeste do Pará. A sede da Associação das Mulheres Munduruku, Wakoborũn, espaço que é de uso coletivo com outras organizações antigarimpo, foi depredada, queimada e saqueada.
Com o objetivo de adquirir uma nova casa para abrigar a entidade, a Adufpa (Associação de Docentes da UFPA, seção sindical do Andes-SN) e as mulheres Munduruku lançaram uma campanha para arrecadar recursos. O movimento, que tem apoio do Andes – Sindicato Nacional e da CSP Conlutas estadual e nacional, já conseguiu cerca de 20 mil reais.
O Ministério Público Federal (MPF) também está em campanha para arrecadação de recursos para ajudar a associação em despesas cotidianas e na recuperação dos materiais perdidos no ato criminoso.
Docentes e outras pessoas podem fazer contribuições individuais
A campanha segue junto a organizações sindicais, populares e democráticas. Gilberto Marques, diretor geral da Adufpa na gestão encerrada em 20/05/2021, lembra que, além das entidades, qualquer pessoa pode fazer sua contribuição financeira. “Qualquer doação é muito importante. Essa é uma luta de todos nós e é parte da defesa da Amazônia, tão agredida nesses anos de avanço do neofascismo”, conclui.
As doações são recebidas em conta bancária da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn:
Banco: Bradesco
Agência: 0759-5
Conta Poupança: 38295-7
CNPJ: 30.024387/0001-87
Ao fazer sua doação, envie a comprovação para o whatsapp 91 98883-0968 ou secretaria@adufpa.org.br.
A terra indígena Munduruku é a segunda que mais sofreu com as invasões promovidas pela mineração ilegal. O dado consta no estudo “Ameaças Ambientais às Terras Indígenas da Amazônia” elaborado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que aponta também o elevado índice de desmatamento na região. A invasão da TI Munduruku ocorre há, pelo menos, duas décadas, mas a tensão na área vem aumentando nos últimos três anos, com diversos episódios de violação dos direitos indígenas.
O MPF abriu investigações para apurar os ataques praticados contra o povo Munduruku e cobra providências das autoridades, porém, até o momento, não há ações mais efetivas de combate à mineração ilegal na região.