Assembleia geral discute retorno presencial e greve da categoria 

Assembleia geral discute retorno presencial e greve da categoria 

“A fala do reitor quanto aos cuidados sanitários do retorno presencial não nos convenceu”

 

A afirmação foi de Joselene Mota, representante da Regional Norte II do ANDES-SN, durante assembleia geral dos docentes da ADUFPA, que ocorreu em formato online, nesta terça-feira, 25. A constatação faz referência ao posicionamento “escorregadio” do reitor Emmanuel Tourinho, durante reunião com representantes dos docentes na última semana, quando a reitoria informou: “que o GT tem acompanhado os dados disponíveis e que hoje a evolução da pandemia coloca a crise da questão na saúde básica, pois a vacinação modificou a evolução dos quadros, deste modo tem se verificado que um menor número de pessoas tem ocupado UTI e ido à óbito” afirmou o reitor, reiterando que não há expectativas de suspensão do retorno presencial.

 

 

Já no ponto de vista da categoria, que discutiu sobre os primeiros impactos deste retorno,  há várias ressalvas e riscos quanto à garantia do zelo pela vida em primeiro lugar. “A universidade não tem um plano sólido de biossegurança para evitar a disseminação do vírus no meio da comunidade acadêmica”, complementou Joselene.

 

 

Outra preocupação levantada foi quanto a tudo estar muito solto e um inevitável reflexo na intensificação do trabalho e sobrecarga. “O aluno positivado não assiste aula presencial, a pergunta que fica é: como ele terá o acesso ao conteúdo? Nossa preocupação é que os professores terão que realizar então dois planejamentos, um remoto e um presencial. Ou seja, ainda mais sobrecarga. Precisamos pontuar que não defendemos o ensino remoto, nossa defesa é pelo ensino presencial, mas, temos condições de garantir a vida em primeiro lugar? No entanto, eu não proponho resistência contra o retorno, mas precisamos discutir com o movimento estudantil e técnicos, uma assembleia unificada para pensarmos um posicionamento coerente, propositivo” defendeu o professor Ivan Neves.

 

 

Simone Negrão, socializou que em São Caetano de Odivelas (PA), as aulas iniciaram no dia 04 de janeiro e duas semanas depois, os alunos começaram a adoecer e agora, de 30 pessoas (entre técnicos e estudantes), 10 testaram positivo para covid. Odete Mendes, professora de 67 anos, de Cametá, também expressou angustia pela forma como está se dando o retorno presencial e afirmou: “está muito complicado mesmo!”.

 

 

Foi encaminhado que seja feito um levantamento dos calendários das outras universidades para se ter noção de como está ocorrendo o retorno presencial nacionalmente. Substanciar junto ao Jurídico da ADUFPA o questionamento quanto ao cumprimento pela UFPA da Instrução Normativa 95 (comorbidades). Unificar as categorias (docentes, técnicos e estudantes) pela exigência de um plano sólido de biossegurança. Foi destacado ainda pelos docentes que esse momento do planejamento é fundamental para definir qual será o formato do ensino, se presencial ou remoto, ou seja, é necessário questionar o reitor sobre a possibilidade do adiamento do calendário, devido a intensificação e aumento dos casos na chamada terceira onda. 

 

 Crise generalizada no país e construção da greve unificada do funcionalismo 

 

 

Outro ponto debatido foi a questão da situação de crise, além de sanitária, política e econômica brasileira. “No mês do aposentado, aumento da contribuição para a Previdência, o que significa a diminuição do salário dos servidores; Brasil voltou para o mapa da fome. Você corre para educação, para saúde, para as políticas sociais no geral… Os moradores de rua aumentaram, só em SP cresceu mais de 30%. O Brasil está vivendo um quadro extremamente devastador, e isso deve ser combustível para nossa luta, sabemos que com a eleição isso não vai passar, precisamos lutar, essas são minhas considerações, esperava que fossem outras”, lamentou a professora aposentada, Olgaíses Maués. 

 

 

A assembleia da ADUFPA faz parte da rodada nacional do Setor das IFES, que definiu, por consenso, uma rodada de assembleias de 17 de janeiro a 11 de fevereiro para deliberar sobre a construção de greve unificada das e dos SPF, tendo como pauta: a recomposição salarial (exigência de isonomia); as condições de trabalho; a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos); contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e a construção de uma pauta específica da educação com as demais entidades que atuam nas instituições federais de ensino. 

 

 

O governo genocida reservou R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para reajuste salarial apenas de servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) — que são base de apoio do Executivo.

 

 

No último dia 18, servidoras e servidores públicos federais (SPF) realizaram um Dia Nacional de Luta, Mobilização e Paralisação, com ato em frente ao Banco Central (Brasília), seguindo as mobilizações para a construção da greve do funcionalismo. 

 

 

Para as universidades e institutos federais de todo o país, os cortes de 2021 representaram ao menos R$ 1,4 bilhão. Um estudo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação revela ainda que, entre 2014 e 2019, houve uma queda de R$ 20 bilhões de investimento na educação e de R$ 24 bilhões para a manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE). “Somente entre 2017 e 2019, ou seja, em um curto intervalo de dois anos, após a promulgação da EC 95, a perda foi de R$15 bilhões nas despesas na função educação e R$5 bilhões em MDE”, alerta o documento. Os docentes das instituições federais não recebem reajustes há mais de 6 anos. Nem mesmo a correção inflacionária.

 

 

A ADUFPA realizará nova assembleia, com data a ser amplamente divulgada em breve, para dar continuidade e aprofundar as discussões a respeito do movimento de construção da greve unificada. Também ficou encaminhada a participação do professor Waldir Abreu, no ato que ocorrerá no próximo dia 02 de fevereiro, em Brasília. 

 

 

Caso mais algum professor/a tenha interesse, é só entrar em contato com a diretoria da ADUFPA.

 

 

Confira a agenda de lutas definida pelo Fonasefe:

 

27/01 – Plenária virtual dos servidores;

A Plenária tem início às 10h e será transmitida pelos canais de comunicação do Fonasefe.

Para participar é necessário fazer inscrição no endereço: https://forms.gle/ZyYq9r6MzY1qsZ4p8

 

28/01 – Coletiva de Imprensa sobre os encaminhamentos aprovados na Plenária;

 

02/02 – Ato em Brasília na abertura do ano legislativo;

 

14 a 25/02 – Jornada de luta (Estado de greve);

 

09/03 – Deflagração da Greve pelas categorias.

 

Clique aqui e leia a Circular 015-22: Relatório do setor das IFES 12.01.2022 

 

 

Violência no Campo

 

Nádia Fialho (coordenadora) e Gilberto Marques, que compõem o Grupo de Trabalho Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA) da ADUFPA, informaram que nos dias 18 e 19 de janeiro aconteceu o 2º Encontro de Governança e Autodefesa Ka’apor, discutindo sua organização interna e o mapeamento etnocartográfico de seu território. Durante o encontro foi criada a 11ª área de proteção do território Ka’apor, no município de Nova

Olinda-MA. E denunciaram que este povo vive atualmente em um território demarcado, Território Alto Turiaçu, porém em forte tensão com os madeireiros locais. Os Ka’apor estão recolhendo doações das entidades que possam contribuir para fortalecer a resistência.  

 

 

Conta para contribuição ao povo Ka’apor

JUMU RENDA KERUHU (Centro de Formação Ka’apor)

CNPJ: 35.752.532/1000-60

Banco do Brasil

Conta corrente PJ 27.043-1

Agência 5730-4

 

 

Clique nos links e leia mais:

MADEIREIROS TENTAM ATACAR POVO KA’APOR PDF

Moções de pessoas e entidades contra a agressão ao povo Ka’apor devem ser enviadas para (clique e baixe)

 

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